Não desvie a responsabilidade

 

 

            A crise política é obra de todos os cidadãos. Seja direta ou indiretamente, todos os brasileiros “pincelaram" o atual quadro político do país.  A sociedade atual, definida por Émile Durkein como orgânica, traz consequências como a especialização das funções, o individualismo e a forte dependência entre as pessoas; essas características encontraram um campo fértil para se manifestarem no Brasil.

            Vivemos em uma democracia indireta, ou seja, representativa. O ato de que se especializou o cargo para um governante de Estado administrar e dar regularidade ao país não significa que os cidadãos não tenham responsabilidade nos erros e problemas de funcionamento nacional. Por mais que cada um tenha uma função específica dentro da sociedade, o meio em que vivemos funciona como uma rede de dominós, que nos conecta dando fluidez ao sistema econômico e social brasileiro, sendo cada peça de fundamental importância no resultado final.

            Por isso, as decisões tomadas individualmente ou em grupo afetam claramente o gerenciamento do organismo social. O voto, sendo o principal mecanismo de participação, deve ser dado com maturidade, ou seja, votar branco ou nulo é desviar a responsabilidade para outro. Porém, quando isso acontece, o Brasil vai perdendo sua heterogenia de pensamentos e ideias, fazendo com que a representatividade perca sentido para alguns.

            Sendo assim, é indiscutível a necessidade que os cidadãos assumam a responsabilidade para o bom funcionamento do país. Para que isso ocorra é extremamente importante a consciência dos brasileiros sobre o seu papel na política. Isso é possível através de instituições educacionais e empresariais que promovam junto à educandos e funcionários a importância do voto. Também é fundamental que o governo, através de sites como o da Transparência, mostre para a população a diferença que seus votos fazem para o organismo político brasileiro. 

Luiza Bocarny Bolognesi